Turmas da Escola ES/3 D. Egas Moniz e C.A.O. de Resende em interacção.
Todos os projectos nos possibilitam o crescimento pessoal, levando-nos a encarar a realidade de forma diferente. Muitas vezes nascem de uma necessidade interior da partilha, do contacto com outras pessoas.
No final do ano lectivo anterior estabeleci contacto com a Associação Portas P’ra Vida - Associação de Pais e Amigos do Cidadão Deficiente do Agrupamento de Concelhos do Vale do Douro-Sul – Centro de Actividades Ocupacionais de Resende (C.A.O. de Resende), tendo sido recebida pela técnica do C.A.O., Mónica Nobre.
Esta Associação acolhe pessoas com deficiência, procurando desenvolver actividades que promovam as suas capacidades e desenvolvam a sua autonomia.
Deste contacto nasceu a ideia de desenvolver acções de voluntariado com os meus alunos. Assim, desde o início deste ano lectivo que estou a trabalhar com as turmas do Curso Profissional de Turismo, 11ºB e 12ºB, em parceria com o C.A.O. de Resende. Uma vez por mês cada turma desloca-se a esta instituição para dinamizar uma actividade lúdico-pedagógica.
Os alunos do 11ºB levaram a música da tolerância, possibilitando momentos muito divertidos e alegres, que cantaram e dançaram com os nossos meninos especiais.
Os alunos do 12ºB realizaram uma peça de teatro chamada “O velho, o moço e o burro”, contribuindo para a criação de momentos descontraídos de grandes gargalhadas e no final houve um lanche que proporcionou um grande convívio.
O entusiasmo é evidente, a vontade de partilhar, de conviver com os utentes do C.A.O. é grande levando os alunos a questionarem-me constantemente: “Ó professora quando é que vamos, novamente, visitar os nossos meninos?”
Por seu lado, os utentes do C.A.O. de Resende também nos têm visitado: deslocaram-se à Escola no dia da Feira Agrícola, já vieram visitar as nossas exposições sobre o “Dia Internacional da Tolerância” e o “Dia do não Fumador”.
Todos somos diferentes uns dos outros! Muitas vezes rejeitamos algumas pessoas porque achamos que “não são normais”, porque têm um aspecto diferente, mas é nessas pessoas que, muitas vezes, existem seres humanos fantásticos, de grande valor e que têm muito para partilhar e para nos ensinar.
Frequentemente, preocupamo-nos porque não temos umas sapatilhas da moda, ou o telemóvel mais recente, preocupados com os bens materiais, esquecemo-nos do afecto. Para estas pessoas com deficiência um carinho, um abraço, um sorriso significa tudo. É o afecto que é importante, é a atenção, o sorriso que lhes dá esperança de viver.
Eles desenvolvem uma luta contínua e diária para serem melhores, para serem mais autónomos, procuram dar tudo por tudo para alcançarem determinado objectivo.
Vamos sorrir para a diferença, vamos despir-nos de preconceitos, vamos acarinhar quem é diferente.
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